quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Traumas Emocionai


 trauma é um choque emocional, que por sua
violência desencadeia perturbações psíquicas e somáticas. Têm
sua origem em experiências de sofrimento emocional,
humilhações, vivências de forte impacto, medos, que se
definem pela sua intensidade emocional, pela incapacidade em
que se acha o indivíduo de lhe responder de forma adequada,
pelo transtorno e pelos efeitos patogênicos duradouros.
Em termos gerais a pessoa com conflitos de traumas
emocionais apresenta-se:
• Deprimida, melancólica, triste;
• Ressentida, ofendida, amargurada;
• Tímida, anti-social, desconfiada;
• Apática, indiferente, passiva, desinteressada;
• Ansiosa, medrosa, assustada;
• Agressiva, nervosa, iracunda, explosiva;
• Sarcástica, crítica, leviana, etc.
Nota: O que pode ser traumático para um indivíduo, pode não ser
para outro, que tenha capacidade de tolerar o acontecimento e
elaborá-lo psiquicamente, sem maiores conseqüências.
Qualquer pessoa está passível de sofrer um trauma
emocional por duas razões básicas:
1ª) Vivemos num mundo caído (doente) que precisa ser
tratado. Todos nós estamos sujeitos ao inesperado:
tragédias, acidentes, perdas de familiares e outras
situações que podem ser traumáticas para nossas vidas. Não
há como evitar as experiências ruins enquanto vivermos
Homo Psíquico – Traumas Emocionais 28
num mundo imperfeito habitado por pecadores de todo
tipo.
2ª) O corpo humano apesar de sua complexidade espantosa
é resultado de uma herança. A queda espiritual e todo o
esquema da arquitetura biológica de Adão e Eva foram
repassados às sucessivas gerações, motivo pelo qual o corpo
humano sofre múltiplas transformações, promovendo
uma série de fatores negativos, dentre eles o
envelhecimento, susceptibilidade de doenças, deformações
genéticas e morte. Nosso sistema psíquico tem seus limites,
assim como o nosso condicionamento físico, por isso
estamos sujeitos aos traumas emocionais e outras
enfermidades da alma.
Os traumas deixam marcas emocionais em nossa alma..
Toda pessoa traumatizada tem alguma marca emocional. Estas
Marcas Podem ser:
➔ Visíveis – Expostas, sempre manifestas;
➔ Invisíveis – Escondidas, ocultas, disfarçadas;
➔ Superficiais – Sem grande influência sobre a
personalidade;
➔ Profundas – Com grande influência sobre a
personalidade.
A memória humana guarda registros através de dois
mecanismos básicos:
● Repetição;
● Experiências marcadas por fortes emoções e
sentimentos.
O registro de um trauma emocional encontra-se
arquivado na memória de longo prazo, podendo permanecer ali
por toda a vida do indivíduo.
Homo Psíquico – Traumas Emocionais 29
Conseqüências
Os traumas causam diversos prejuízos ao homem integral:
a) Sofrimento psicológico – tensão emocional, sobrecarga
psíquica;
b) Alterações na personalidade e no comportamento –
depressão, medo, ansiedade, insegurança, auto estima
negativa, timidez, sentimento de rejeição, impotência
frente aos novos desafios, frigidez, comportamento
explosivo, etc.
c) Potencializa mais as doenças.
É verdade que os traumas podem desencadear uma
série de problemas emocionais e comportamentais. Todavia, a
recíproca também é verdadeira, ou seja, desordens emocionais
potencializam os traumas. Indivíduos emocionalmente
fragilizados são mais susceptíveis a traumas profundos do que
as pessoas saudáveis.
Várias são as interligações e conseqüências emocionais
advindas de um trauma. Entre elas destacamos:
Neuroses
São reações vivenciais anormais: as reações ansiosas, reações
histéricas ou neurose de ansiedade, neurose histérica, por
exemplo. São maneiras anormais de se responder às emoções,
nas vivências. Quando uma angústia não é suportada
satisfatoriamente, o conflito interior implica em sofrimento, em
Angústia Patológica ou Angústia Neurótica.
Depressão
É um estado de sofrimento psíquico caracterizado
fundamentalmente por rebaixamento de humor, acompanhado
por diminuição significativa do interesse, prazer e energia. As
características mais comuns são: alterações do sono e apetite,
retardo psicomotor, sensação de fadiga, falta de concentração,
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indecisão, diminuição de autoconfiança, pessimismo, idéias de
culpa, desejo recorrente de morrer, entre outros sintomas.
Angústia
Tédio; tristeza com amargura e senso de sufocação. Um
sentimento freqüente e torturante que tem origem em uma
ameaça conscientemente percebida.
Ansiedade
É o estado psíquico de inquietude e impaciência. Os padrões
variam amplamente. Alguns pacientes têm sintomas
cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão
no peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como:
náuseas, vômito, diarréia ou vazio no estômago; outros ainda
apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão
muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia.
No plano da Consciência a ansiedade pode monopolizar as
atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e
memória, até a interpretação fiel da realidade.
Fobia
Temor insensato, obsessivo e angustiante, que certas pessoas
traumatizadas sentem em situações específicas. A característica
essencial da Fobia consiste no temor patológico, absurdo que
escapa à razão e resiste a qualquer espécie de objeção da lógica
e da razão. Refere-se a certos objetos, atos ou situações e
pode apresentar-se sob os aspectos mais variados. O temor
obsessivo aos espaços abertos (agorafobia) ou fechados
(claustrofobia), aos contatos humanos ou com animais (cães,
ratos), temor de atravessar ruas, de subir ou descer elevadores,
de lugares altos etc.
Transtornos de Pânico
Ataques de pânico recorrentes: crises de medo agudo e
intenso, extremo desconforto, sintomas associados ao medo
de morte iminente. A Síndrome do Pânico é, literalmente, uma
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forma atípica de doença depressiva. O sentimento da doença é,
em essência, uma grave sensação de insegurança e medo.
Irritabilidade
Uma predisposição especial ao desgosto, à ira e ao furor. As
pessoas irritáveis manifestam impaciência e aumento da
capacidade de reação para determinados estímulos e
intolerância à frustração, aos ruídos, às aglomerações. Nesses
casos, a perturbação consiste no aumento da tonalidade afetiva
própria das percepções; um ruído, por exemplo, é interpretado
mais como uma provocação do que um incômodo acústico.
Transtorno Explosivo da Personalidade
O sintoma principal é a irritabilidade. Nesses pacientes existe
um grau elevado de reatividade emotiva, unido a uma
extraordinária tensão afetiva, que se descarrega sob a forma de
reações de tipo "curto-circuito". Estes surtos são paroxismos
coléricos ou furiosos que põem em perigo a vida de pessoas
do ambiente e a integridade da propriedade.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
O transtorno de estresse pós-traumático acontece quando se
vivencia um trauma emocional de grande magnitude. Esses
traumas incluem guerras, catástrofes naturais, agressão física,
estupro e sérios acidentes.
O transtorno de estresse pós-traumático engloba as
seguintes características:
 Reviver o trauma através de sonhos e de pensamentos;
 Evitar persistentemente coisas que lembrem o trauma;
 Enorme excitação persistente.
Sintomas
O indivíduo tem recordações fortes com muita aflição,
incluindo imagens ou pensamentos do trauma vivenciado.
Sonhos amedrontadores também podem ocorrer e o indivíduo
pode agir ou sentir como se o evento traumático estivesse
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ocorrendo novamente.
Um grande sofrimento psicológico se desenvolve
quando surgem lembranças de algum aspecto do trauma. Há
uma intensa necessidade de se evitar sentimentos,
pensamentos, conversas, pessoas ou lugares que ativem
recordações do trauma. Também pode ocorrer uma
incapacidade de se recordar algum aspecto importante do
trauma, uma dificuldade em conciliar e manter o sono,
irritabilidade ou surtos de raiva e baixa concentração.
Desenvolvimento
O transtorno de estresse pós-traumático pode se
desenvolver algum tempo após o trauma. O intervalo pode ser
breve como uma semana, ou longo como trinta anos. Os
sintomas podem variar ao longo do tempo e se intensificar
durante períodos de estresse.
As crianças e os idosos têm mais possibilidade de
desenvolver estresse pós-traumático do que as pessoas na meia
idade. Por exemplo, cerca de 80% das crianças que sofrem uma
queimadura extensa mostra sintomas de transtorno de estresse
pós-traumático um a dois anos após o ferimento.
Emoções Primárias
Os efeitos dos traumas passados são emoções
negativas, chamada de emoções primárias. A intensidade das
emoções primárias determina a história da vida da pessoa
traumatizada. Quanto mais traumática a experiência de vida,
mais intensas serão as emoções primárias.
Nosso centro emocional é conectado com as emoções
de um passado traumático por um “disparador” no tempo
presente. Esse disparador é qualquer ato presente que pode se
associar com o conflito do passado. Exemplo:
O som de um buzina pode despertar as emoções de um
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trauma passado; Uma pessoa ficou presa no elevador e o som
de um alarme foi acionado naquela ocasião.
Todas as emoções sofridas no passado tornam-se
emoções presentes e a pessoa traumatizada revive a situação
inúmeras vezes por toda a sua vida.
O trauma, historicamente está no passado, mas suas emoções
primárias são tão fortes no presente quanto no passado.
Negar Não Resolve
A maior parte das pessoas trata de suas emoções
primárias negando tudo que possa ser associado a elas.
Exemplos: “Não quero assistir a esse filme”; “Não posso
tomar banho de mar”, etc.
(O filme e o mar estavam diretamente associados a fatos
traumáticos ocorridos no passado dessa pessoa). Essa atitude,
porém, não resolve o problema. Ninguém pode evitar
completamente as situações que disparam as emoções
primárias. Inevitavelmente, mais ou cedo ou mais tarde,
estaremos diante de uma situação que acionará as emoções
primárias. Cenas na TV, uma música escutada, uma pessoa, um
lugar e muitas outras situações poderão acionar um link com o
trauma.
Mecanismos de Defesa
A maioria das pessoas têm traumas. Alguns traumas
são tão fortes que prejudicam completamente o
desenvolvimento da vida profissional, afetiva e social do
indivíduo.
Inconscientemente, aquelas que não sabem como lidar
com suas experiências traumáticas, desenvolvem múltiplos
mecanismos de defesa para controlar suas emoções negativas.
Nem sempre o homem consegue superar seus conflitos
emocionais. Há casos difíceis de se controlar, daí a
manifestação da dinâmica do inconsciente criando
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mecanismos de defesa.
Algumas pessoas sofreram abusos tão intensos que não
têm consciência exata de suas experiências; muitas não
conseguem lembrar de todas as cenas que envolveram o
trauma.
A resposta para a memória reprimida se encontra no
Salmo 139:23-24.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus
pensamentos;
vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.
Somente o Espírito Santo é capaz de esquadrinhar o
mais recôndito de nosso coração interior e trazer à luz de nossa
consciência todos os danos ocultos que não podemos ver.
Entre os mecanismos mais conhecidos destacamos
aqueles considerados os mais importantes: repressão, projeção,
justificação, regressão, substituição, sublimação, compensação,
identificação e fantasias.
➔ Repressão - Interiorização - A mente reprime
automaticamente o desejo ou pensamento que
resultariam em sentimento desagradáveis. Geralmente
os sentimentos reprimidos são expressos de maneira
disfarçada. A inibição de uma atitude pode resultar em
males físicos tais como; artrite, asma e úlceras.
➔ Projeção - Mecanismo de defesa que alivia o
sentimento de culpa atribuindo seu mal a outra pessoa.
➔ Justificação – Desculpas amarelas. Mecanismo de
defesa que procura explicar as atitudes em termos
adequados para se livrar da culpa.
➔ Regressão - Retornar à conduta infantil, que antes lhe
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servia para resolver algum problema.
➔ Substituição - Descarregar a emoção contra outra
pessoa. Descarregar a ira, por exemplo, não sobre a
pessoa que a provoca, mas sobre outra que não tenha
medo de encarar.
➔ Sublimação – Satisfação de um desejo em menor
escala. Mecanismo de expressão de impulsos
construtivos em forma positiva, mas indireta.
➔ Compensação - Desenvolver aspectos positivos que
possam compensar alguma deficiência. Compensar a
incapacidade física com grandes trabalhos intelectuais,
por exemplo.
➔ Identificação - Assumir um modelo por imitação.
Incluir características de outra pessoa em sua
personalidade.
➔ Fantasia - Um escape da realidade, onde a imaginação
cria cenas irreais de sucesso e vitória diante de uma
realidade frustrante. Há os que vivem se iludindo,
negando os fatos, como se não existissem.
➔ Negação - Negamos a existência do problema,
mentimos a respeito, não queremos enfrentar a
situação, nem discutir a respeito; não admitimos que
temos traumas. Escondemos os traumas e construímos
muralhas em volta de nossos sentimentos para que
ninguém descubra nossos fracassos.
➔ Autopunição - Punir a si mesmo como uma forma de
se sentir redimido das suas culpas.
➔ Escapismo - Tentativa de fuga do problema.
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• Encher-se de atividades para se distrair;
• Compulsão: comida, bebida, sexo;
• Drogas, tranqüilizantes, calmantes.
Todos os mecanismos naturais de defesa conseguem o
corte temporário das emoções traumáticas, mas não
solucionam o problema.
Há pessoas que preferem evitar tudo que possa trazer
recordações dolorosas; outras procuram suprimir a dor por
meio de um excesso de comida, sexo, compras ou droga; uma
compulsão satisfeita pode aliviar temporariamente a dor do
trauma, mas além de não resolver a situação, cria outros
problemas.
O procedimento adequado diante de um trauma
emocional deve ser:
1) O Reconhecimento;
2) A Resistência – efetuando uma Modulação das
emoções negativas;
3) Ajuda especializada.
Não Se Sinta Culpado
Emoções traumáticas não resolvidas fazem o indivíduo
prisioneiro dessas emoções, por não conseguir controlá-las
quando manifestas, porque estão arraigadas no passado.
Diante disso, ninguém deve se considerar culpado por
não conseguir controle e domínio sobre algo que está no
passado. Ninguém tem controle sobre o passado; não podemos
voltar no tempo e refazer nossa história.
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Emoções Secundárias
Felizmente as emoções primárias podem ser
moduladas e estabilizadas no tempo presente. A solução está
em avaliarmos mentalmente as emoções primárias à luz das
circunstâncias presentes.
A racionalização correta consegue modular a
intensidade da emoção primária até estabilizá-la por completo.
Quando a emoção primária é confrontada com a
racionalização correta, há uma combinação do passado com o
presente, produzindo um outro tipo de emoção, chamada de
emoção secundária.
Exemplo: Sara foi violentada sexualmente por um homem ruivo,
forte e com uma cicatriz no rosto. Dez anos depois, no trabalho, ela
é apresentada ao seu novo chefe, Bill, um homem forte e ruivo.
Aqui surge a emoção primária, mas Sara racionaliza a situação e diz
para si mesma: “Este não é o estuprador, ele é diferente; esse é o
Bill, meu colega de trabalho”. Com essa atitude mental, passado e
presente são combinados, modulando a emoção primária para um
outro tipo de emoção, denominada de secundária.
Quando uma pessoa está descontrolada
emocionalmente, tratamos de conversar com ela até que se
acalme. Nossas palavras levam a pessoa a raciocinar, refletir,
mostrando a verdadeira perspectiva da situação, ajudando a
recuperar o controle de suas emoções.
primárias, formandos-as em emoções secundárias.

  
Proposta Teocêntrica de Cura
 tempo é capaz de curar muitas lembranças dolorosas,
desde que não reprimidas e não infeccionadas por outros
pecados. Muitas experiências traumáticas podem sarar com o
tempo. Em vários casos, com o passar dos anos, a intensidade
da lembrança pessoal vai diminuindo e a dor da recordação

torna-se perfeitamente suportável. Mas, nem sempre o tempo
é o melhor remédio. Há situações que clamam por uma cura
interior diferenciada.
Cura Interior é a cura da alma. É um processo de
aconselhamento bíblico, por meio do qual a pessoa é liberta de
ressentimentos, mágoas, rejeição, autopiedade, culpa, medo,
complexo de inferioridade, traumas, etc. Em certo casos a cura
interior é redentora. Pessoas espiritualmente oprimidas que
necessitam de libertação espiritual e restauração emocional são
curadas pelo poder de Jesus Cristo.
A Cura Interior é importante porque sara todos os
tipos de traumas e acelera a restauração emocional.
Há traumas que envolvem apenas situações
desagradáveis, enquanto que outros estão diretamente
associados com pessoas que nos causaram males. O
procedimento de ministração adotado na Cura Interior varia de
um caso para outro, dependendo do tipo da experiência
traumática do indivíduo. Apresentamos, a seguir, três soluções
básicas da Psicoterapia Teocêntrica para os traumas, aplicáveis
à maioria dos casos.

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