quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

É possível morrer de amor?


Morrer de amores é uma coisa totalmente emocional, né? Pelo contrário: é totalmente “racional”.
Apaixonar-se pode causar estragos em seu corpo. O coração acelera, a barriga embrulha, você entra numa montanha russa emocional, sentindo-se delirantemente feliz em um minuto, e ansioso e desesperado no próximo.
E esses sentimentos românticos intensos não vêm do coração; vêm do cérebro.
Em um pequeno estudo, pesquisadores analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro de 10 mulheres e 7 homens que afirmaram estar profundamente apaixonados.
O comprimento das suas relações variava de um mês a menos de dois anos. Os participantes viram fotos de seus amados, e fotos de uma pessoa com aparência semelhante.
Os cérebros dos participantes reagiram às fotos de seus amores produzindo respostas emocionais nas mesmas partes do cérebro normalmente envolvidas com a motivação e recompensa. Ou seja, esse tipo de amor usa o mesmo sistema no cérebro ativado quando uma pessoa é viciada em drogas.
Em outras palavras, você começa a desejar a pessoa por quem está apaixonado como desejaria uma droga.
Especialistas dizem que o amor romântico é uma das emoções mais poderosas que uma pessoa pode ter.
Nossos cérebros sabem que temos que escolher um parceiro. Eles se tornam motivados para conquistar o companheiro ou companheira, às vezes indo a extremos para obter a sua atenção e carinho.
A parte de recompensa do cérebro, também chamada de centro do prazer, é uma parte essencial do cérebro para sobreviver nessa situação, pois nos ajuda a reconhecer quando algo é bom. E o esforço para se sentir bem em torno de seu companheiro pode ser ainda mais poderoso do que o desejo por sexo.
Mas quando conquistamos nosso amor, esse sentimento de desejo/vício desaparece? Não completamente.
Em outro estudo, cientistas analisaram exames de ressonância magnética de 10 mulheres e 7 homens que estavam casados há uma média de 21 anos e afirmavam ainda estar intensamente apaixonados por seus parceiros.
Os pesquisadores descobriram que em cada um desses amantes de longo prazo, as regiões cerebrais também foram ativadas quando eles olharam para fotos de seus parceiros. “Amor a longo prazo” ativava regiões do cérebro ligadas ao apego e gostar de uma recompensa.
Às vezes, conquistar uma pessoa não desfaz, mas aumenta a ligação entre as pessoas, que permite que os parceiros fiquem juntos por tempo suficiente para ter e criar filhos.
Mas estudos do cérebro sugerem que o amor muda ao longo do tempo. As pessoas se acostumam com o relacionamento, perdendo o medo do parceiro as deixar, então não se focam tanto no desejo
Uma pesquisa recente descobriu que se apaixonar não envolve só o coração, mas também o cérebro.
Quando pesquisadores revisaram estudos sobre cérebro e amor, descobriram que 12 áreas do cérebro parecem trabalhar juntas somente quando você olha para o seu amado.
Segundo pesquisadores, os resultados obtidos confirmam que o amor tem uma base científica. A equipe descobriu que quando uma pessoa se apaixona, áreas diferentes do cérebro liberam substâncias químicas indutoras de euforia, como dopamina, ocitocina (chamada de hormônio do amor), adrenalina e vasopressina (estudos com animais revelam que essa substância causa comportamento agressivo e territorial).
Outros estudos sugeriram que os níveis sanguíneos de fator de crescimento neural (FCN), uma proteína que desempenha um papel na sobrevivência e manutenção das células do cérebro, também aumentam. Esses níveis são significativamente maiores em casais que acabaram de se apaixonar. A molécula também desempenha um papel importante na química social entre os seres humanos, como o fenômeno do amor à primeira vista.
Mas os amores não são todos iguais. Segundo os pesquisadores, diferentes partes do cérebro são ativadas para diferentes tipos de amor. Por exemplo, em um estudo sobre o amor “romântico”, os participantes mostraram atividade cerebral no chamado sistema dopaminérgico subcortical, ativo em pessoas sob o efeito de euforia.
Esse tipo de amor também parece ativar regiões do cérebro associadas com comportamentos emocionais, tais como excitação sexual. Esta conclusão apóia pesquisas anteriores que mostram que a satisfação sexual de um casal e seus sentimentos de amor estão ligados.
Outra área do cérebro envolvida com esse tipo de amor é a da imagem do corpo, ou como uma pessoa entende e imagina alguém. Os pesquisadores dizem que uma melhor imagem corporal pode levar a um melhor relacionamento.
O amor materno já é diferente. A atividade foi maior em uma região profunda no meio do cérebro chamada substância cinzenta periaquedutal (SCP), que contém receptores para o vínculo entre mãe e filho.
Outro estudo, sobre amor incondicional, pediu que os participantes olhassem fotos de crianças e adultos com deficiência intelectual. Em seguida, pediu que eles olhassem novamente para as mesmas imagens, mas desta vez gerassem sentimentos de amor incondicional. Os resultados mostraram atividade cerebral significativa em alguns dos sistemas de recompensa do cérebro (também ligados ao amor entre mãe e filho), juntamente com a região SCP ligada ao amor materno. Os pesquisadores afirmam que o amor materno e o incondicional devem ser ligados a processos similares no cérebro.
Como os pesquisadores provaram que regiões de ordem superior de pensamento do cérebro estão implicadas nesse sentimento, o amor pode ser considerado mais que uma emoção básica, pois também envolve a cognição.
A análise realizada até agora será seguida por um estudo. Assim que for liberado, os pesquisadores tentarão provar que se apaixonar leva apenas cerca de um quinto de segundo.

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