quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Sindrome jetlag social



Cada um de nós tem um relógio biológico, que, diferentemente dos despertadores inventados pelo homem, não pode ser acertado conforme nossa vontade. A luz do dia e a escuridão da noite são os principais responsáveis para o corpo saber a hora de dormir ou acordar, porém, nosso relógio social, composto de horários de trabalho apertados e diversos compromissos diários, muitas vezes não respeita esse tempo biológico.
Um novo estudo, publicado na revista “Current Biology”, constatou que o descompasso entre os relógios, chamado de “Jet lag social”, se faz presente em dois terços da população de países com um estilo de vida ocidental e contribui fortemente para o desenvolvimento da obesidade, além de tornar as pessoas mais propensas a fumar, beber álcool e ingerir cafeína.
Descobriram que as pessoas cujo os horários de sono do fim de semana e dos dias da semana eram diferentes, tinham três vezes mais probabilidade de ter excesso de peso do que aqueles que haviam dormido e acordado no mesmo horário durante toda a semana. O estudo mostrou, também, que quanto maior foi diferença encontrada entre os horários mais gordas as pessoas estavam.

“Acordar com um despertador é algo relativamente novo em nossas vidas”. Ele também considera que “isso significa que não temos dormido o suficiente e esta é a razão pela qual estamos cronicamente cansados. Ter uma boa noite de sono e dormir o suficiente não são desperdício de tempo, mas garantia de melhor desempenho no trabalho e mais diversão com os amigos e familiares durante as folgas. O ideal seria horários de trabalho personalizados, baseados nos ritmo biológico de cada indivíduo, pois dessa maneira o trabalhador estaria mais descansado, mais saudável, e sem dúvida mais produtivo”.
Para evitar os malefícios ligados ao Jet lag social  as pessoas devam ficar mais tempo ao ar livre ou, pelo menos, buscar locais próximos a janelas. Caso contrário, há mais chances de enfrentar dificuldade de dormir e, durante o dia, cansaço. Os especialistas aconselham dormir e acordar nos mesmos horários, inclusive durante os fins de semana, é uma boa maneira de garantir o cumprimento das 7 a 9 horas de sono recomendadas para adultos. A prática de atividade física, também, melhora a qualidade geral do sono.
Nossas vidas são controladas diariamente por três relógios. Um reside em nosso organismo – o biológico, também conhecido como ciclo circadiano. Criado pela rotação da Terra, o segundo é o relógio do sol, que está sincronizado com o biológico. E, mais recentemente em nossa história, adicionamos outro relógio: o relógio social. E eles não batem”.
Por essa razão, muitas pessoas dormem mais tarde, seguindo o relógio biológico, mas acordam cedo, com base no relógio social (o seu despertador). Essa diferença entre o que o relógio social quer que façamos e o que o biológico deseja chama-se jetlag social. Ou seja, um cansaço extra causado por pressões sociais.
O fenômeno atinge 70% da população global e é estimado como uma diferença de pelo menos uma hora. Daí vem o seu cansaço depois do que aparenta ser uma boa noite de sono, pois nossos ciclos internos são praticamente ignorados na sociedade contemporânea.
Nossos ciclos circadianos são comandados por uma área cerebral denominada núcleo supraquiasmático, altamente influenciada pelo sol e pela escuridão. E, como trabalhamos cada vez mais dentro de lugares fechados, nosso relógio biológico se desregula e dificilmente segue o relógio solar.
Mas viver contra o seu relógio biológico pode ter consequências caras a sua saúde. “As pessoas que fazem isso são mais suscetíveis a fumar, beber álcool, consumir café em excesso e até engordar”, alerta o médico alemão.
Uma solução plausível contra o jetlag social – além da mais utópica, que seria seguir seu relógio biológico – é descansar bastante nos finais de semana, repondo as horas de sono que você perdeu durante a semana. Mas, como outros estudos apontam, mesmo isso pode ser uma “desregulação” e ter suas consequências



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