quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A calvície masculina e feminina


É mais comum ver homens carecas, mas a queda de cabelo atinge tanto eles quanto as mulheres. Vários fatores podem desencadear o problema, de genética a gravidez, passando por falta de nutrientes na alimentação, alterações na tireoide e doenças autoimunes.
A calvície – cujo nome médico é alopécia androgênica – trata-se de uma manifestação fisiológica que ocorre em pessoas com uma predisposição. Os tratamentos devem ser feitos primeiramente em consultório e demoram a dar resultados, o que pode levar até um ano.
O problema é mais frequente entre os homens porque a testosterona (hormônio masculino) é uma das responsáveis pela queda de cabelo. Além disso, a mulher nunca fica 100% careca, mas com falhas em alguns pontos da cabeça. No caso delas, a situação costuma piorar mais durante a gravidez, por uma carência de vitaminas, e após a menopausa, pela falta de hormônios.
Para você saber se está ficando calvo ou se a queda é normal, a dica é: compare a espessura dos fios da frente e detrás da cabeça. Se os da frente estiverem mais finos, é sinal de que o cabelo está começando a morrer e a calvície está chegando. É nesse momento que se deve iniciar o tratamento. Não espere ficar calvo, pois, quando isso ocorrer, não haverá mais recuperação da produção dos fios, porque o folículo – onde os fios nascem – já terá morrido.
Você também pode fazer outro teste: pegue um tufo bem desembaraçado e puxe com força. Se saírem fios inteiros com aquele branquinho nas pontas, que é o bulbo ou raiz capilar, seu cabelo está saudável.
Se você não sabe identificar se os seus fios estão caindo, pegue uma foto antiga e compare com o visual atual. Dessa forma, será possível ver se as entradas começaram agora ou se já existiam antes.

Fases do crescimento capilar
O fio de cabelo cresce numa velocidade aproximada de 0,3 mm por dia. Em um mês, atinge em média 1 cm. E o corte não influencia na queda.
Desde que nascem no bulbo, até surgirem do lado de fora do couro cabeludo, as células do fio de cabelo passam por grandes mudanças em sua forma e composição química. Um dia antes de o fio despontar, suas características e propriedades já estão prontas. Ele é feito basicamente de queratina, é insolúvel em água e rico em enxofre.
O crescimento do cabelo não é um processo contínuo. Cada fio nasce por 4 a 6 anos, interrompe o crescimento por aproximadamente 20 dias e, em seguida, cai. No lugar dele, começa a nascer um novo fio sadio e o ciclo se repete. Isso faz com que os fios estejam sempre em fases diferentes de desenvolvimento. Por isso, a perda diária de alguns diariamente é considerada normal.
Como ocorre a calvície
O processo da calvície começa quando os folículos pilosos, em cada qual nascem até quatro fios, são estimulados pela testosterona.
Ao atingir o couro cabeludo de pessoas com tendência genética, o hormônio masculino sofre a ação de uma enzima (a 5-alfa-redutase) e é transformado em DHT (diidrotestosterona).
O hormônio DHT age dentro dos folículos, desencadeando a morte das células que produzem os fios. Os folículos começam, então, a se fechar e diminuem a produção progressivamente.
Os fios das laterais e detrás da cabeça dificilmente caem porque os folículos dessas regiões não produzem a tal enzima.
Tratamentos,
O medicamento finasterida é o mais usado e fundamental para interromper a queda de cabelo. Ele bloqueia a ação da 5-alfa-redutase, impedindo a evolução da calvície. O remédio é mais indicado para os homens porque é uma droga teratogênica, ou seja, altera a formação do feto em caso de gravidez. Os médicos só podem recomendá-lo para mulheres na menopausa, laqueadas ou que não têm mais o útero.
Para as mulheres e homens que não querem ou não podem tomar remédio, existem outras opções. São elas:
1 – Laser: de baixa potência, melhora a irrigação do folículo e nutre os fios. Quanto maior a vasodilatação, mais sangue há no folículo. Não existe comprovação científica de que o laser de baixa potência melhore a calvície, mas a Sociedade Brasileira de Dermatologia o reconhece como tratamento.
2 – Implante: é uma opção principalmente para quem ainda tem os fios atrás da cabeça, pois esse cabelo serve de doador. O cabelo é retirado dessa região e implantado fio a fio no folículo da área calva. Fica mais natural em pessoas pouco carecas. Quem recorre à cirurgia deve continuar a fazer tratamento para evitar a queda dos fios restantes.
3 – Loção capilar: tem ação de vasodilatador e faz crescer os cabelos. O remédio é aplicado diretamente no local da falha. Os médicos costumam alertar os pacientes a lavar as mãos após a aplicação, pois o produto faz crescer pelos onde entrar em contato com a pele, como rosto e braços.
4 – Interlace: é uma técnica de entrelaçamento dos fios, como se fosse uma malha de cabelo. Costuma causar mau cheiro e não fica natural. É uma opção estética, não um tratamento.
Xampus fitoterápicos antiqueda não ajudam no tratamento da calvície. Eles só são indicados para queda de cabelo decorrente de outros fatores.
Os homens completamente carecas devem lavar a cabeça todos os dias com sabonete para o rosto. A careca deixa de ser um couro cabeludo e se transforma numa pele comum, por isso também exige cuidados. Além disso, é importante usar sempre protetor solar.


No caso dos calvos, deve-se aplicar xampu onde ainda há cabelo. O condicionador não deve ser passado no couro, porque aumenta a oleosidade, piora a dermatite seborreica e favorece a queda. Mas essa queda provocada pela oleosidade não tem relação com o folículo doente, que causa a calvície. Mudar de xampu ou usar marcas sem sal também não diminui o problema.

Calvície Feminina

Calvície Feminina
Nas mulheres a calvície androgenética mais comum afeta o alto da cabeça, mantendo-se uma franja (a linha anterior) mesmo nos casos mais avançados. Utiliza-se a Classificação de Ludwig para descrever o padrão feminino de calvície. Esse padrão pode ocorrer também nos homens assim como mulheres podem ter qualquer forma masculina de perda de cabelo.
As pessoas com calvície androgenética têm níveis normais de andrógenos. No caso de níveis androgênicos aumentados, como na Síndrome dos Ovários Policísticos e com o uso de esteroides anabolizantes, normalmente há outros sinais e sintomas como o crescimento de pelos pelo corpo, aparecimento ou piora da acne e alteração da menstruação. É a chamada calvície androgênica.

Outras Causas

Embora a calvície androgenética seja a causa mais comum de perda de cabelo, há outras situações que podem ocorrer, simultaneamente ou não. Algumas são temporárias e outras permanentes.
EflúvioTelógeno
Após situações de estresse físico ou emocional pode haver parada do crescimento e subseqüente queda do cabelo. É comum após a mulher dar à luz, após episódios de febre alta e após períodos de grande estresse emocional. Menos frequentemente, pode haver uma perda de longa duração, o eflúvio telógeno crônico. O retorno do crescimento se dá espontaneamente após alguns meses e, portanto, não há indicação para Transplante de Cabelo.
Eflúvio Anágeno
É uma queda de cabelo intensa de fios na fase anágena do ciclo de crescimento. É frequente na vigência de quimioterapia, sendo que após seis meses do fim do uso dessas drogas o cabelo volta a nascer. Não há indicação para Transplante de Cabelo.
Alopécia Areata
Neste caso pode-se observar a perda de cabelo em regiões limitadas com forma circular ou oval. Mais raramente pode ser difusa e extensa. Parece ser decorrente de uma reação imunológica em que os anticorpos da própria pessoa atacam os fios de cabelo. Costuma desaparecer espontaneamente e o cabelo volta a crescer sem qualquer tratamento (algumas vezes retorna branco!). Pode-se injetar corticoide localmente para acelerar a recuperação. Em casos excepcionais pode haver perda definitiva e neste caso pode-se fazer um Transplante de Cabelo após um ou dois anos sem atividade da doença.
Calvície de tração
É causada pela tração repetitiva e contínua dos cabelos, geralmente causada por penteados específicos (rabo de cavalo e penteados do tipo “afro”) ou pelo uso de perucas entrelaçadas nos fios de cabelo remanescentes. Se o estímulo mecânico cessar o cabelo volta a nascer, mas sua manutenção pode levar à perda definitiva. Neste caso pode-se fazer um Transplante de Cabelo.
Tricotilomania
É uma situação em que pessoas arrancam repetidamente os próprios fios de cabelo. Essas pessoas referem que é difícil resistir à tentação de arrancar o cabelo e muitas vezes não querem admitir o problema. A manutenção da agressão afeta em definitivo a raiz do cabelo, que pode não voltar a nascer. Pode ser necessário procurar tratamento psicológico para resolver o problema. Assim que a agressão cessa é possível fazer um Transplante de Cabelo.
Cicatrizes
São causadas por trauma local, queimaduras, ou decorrentes de incisões cirúrgicas. Se houver perda permanente de cabelo o Transplante de Cabelo pode ser realizado.
Alopécia Triangular
É a ausência congênita de cabelo com formato triangular ou oval que ocorre normalmente na frente ou do lado do couro cabeludo. Pode-se fazer um Transplante de Cabelo.
Alopécia Senil
É um afinamento gradual dos fios de todo corpo, inclusive do couro cabeludo e ocorre com o avançar da idade. Acomete inclusive a chamada “área doadora”, sendo assim a única situação que pode afetar de forma permanente também os fios transplantados em pessoas com idade avançada.
Lupus, Esclerodermia e doenças da tiróide
São doenças sistêmicas com diversos sintomas e sinais associados. Na vigência dessas doenças não se deve fazer um Transplante de Cabelo.
Ingestão de hormônios
Pode acelerar a perda de cabelo em pessoas predispostas. Ocorre, por exemplo, em praticantes de fisiculturismo (tanto homens quanto mulheres) que tomam esteroides anabolizantes.
Deficiência de ferro
Pode piorar a perda de cabelo, sendo mais comum em mulheres com perdas crônicas de sangue e em vegetarianos. O tratamento e a recuperação dos cabelos costumam ser lentos.
Desnutrição severa
A perda de cabelo pode ocorrer em casos extremos de desnutrição. Com a reposição nutricional há retorno do crescimento dos fios.


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